Laroyê! Essa invocação ressoa como um chamado, abrindo o caminho para o inesperado. É a saudação aos Exus, senhores das encruzilhadas e dos caminhos. Partindo de linhas ue se cruzam e se encontram em trajetos sinuosos, desenhados pelos sulcos esculpidos na superfície de uma placa de cobre ou linóleo, marcas traçam suas rotas como se fossem mapas secretos de uma paisagem invisível. As linhas encontram-se e desencontram-se sob o olhar atento dessas entidades, que governam as passagens, as entradas e as saídas. Nos traços, há aberturas que se revelam, portas que se entreabrem e fissuras que se aprofundam, como as próprias entranhas da terra ou os segredos guardados nas profundezas de um ser. Nesse movimento contínuo, as linhas dançam, dialogam e se transformam, assim como os Exus que, em seu domínio, nos lembram que todo encontro carrega consigo a possibilidade do desencontro, e todo caminho aberto traz consigo novos destinos a serem explorados.